2ª SESSÃO ::14 MAIO | 18:30 | GATO VADIO

13.05.14 | 12:57
2ª SESSÃO :: 14 MAIO | GATO VADIO




A segunda sessão acontece amanhã, pelas 18:30, no Gato Vadio e conta com Dália Dias (sobre Manuel Ferreira), Luca Argel (sobre Carlito Azevedo), Lise Bastos (exibição da curta-metragem "Mãos Dadas"), leitura de poemas brasileiros e africanos e Joel Faria (ilustração). A entrada é livre e tod@s são bem-vind@s.


2ª SESSÃO
14 MAIO | 18:30 | GATO VADIO

Dália Dias - Manuel Ferreira
Luca Argel - Carlito Azevedo

Exibição da curta-metragem "Mãos Dadas", de Lise Bastos

Leitura de poemas brasileiros e africanos
Patrícia Lino e Luca Argel

Ilustrador 
Joel Faria



DÁLIA DIAS
Conferência sobre Manuel Ferreira :: 14.05.14


Dálias Dias é licenciada em Línguas e Literaturas Modernas (Português-Francês) pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto, 1981; Mestre em Literaturas Românicas Modernas e Contemporâneas, Faculdade de Letras da Universidade do Porto, 1995; Doutora em Literatura Portuguesa, Universidade Nova de Lisboa, com a tese de Doutoramento, A Escrita Dissidente – autobiografia de Ruben A., em 2004 (Escrita Dissidente – autobiografia de Ruben A., Assírio e Alvim, 2005); Comissária da Exposição/Colóquio Ruben A. – Tempo Escrita Memória, patente na Galeria do Palácio – Biblioteca Almeida Garrett, Porto, de Maio a Julho de 2003.

Poesia publicada:
Poemas do Crescente, Ver o Verso, 2006.
Mais a Norte/Prumos, favaeditores, 2011.


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MANUEL FERREIRA


Manuel Ferreira (Gândara dos Olivais, Leiria, 1917 - Linda-a-Velha, Oeiras, 17 de março de 1992) foi um escritor português.

Frequentou os cursos Comercial e de Farmácia dos liceus; licenciou-se em Ciências Sociais e Políticas pela Universidade Técnica de Lisboa.

Durante o serviço militar, foi mobilizado como expedicionário para Cabo Verde, em 1941, tendo lá permanecido seis anos, até 1947. Na cidade do Mindelo, na Ilha de São Vicente, conviveu com os grupos intelectuais cabo-verdianos ligados às revistas Claridade e Certeza.

Casou com a escritora cabo-verdiana Orlanda Amarílis, com quem teve dois filhos, Sérgio Manuel Napoleão Ferreira (nascido em Cabo Verde) e Hernâni Donaldo Napoleão Ferreira (nascido em Goa).

Depois de Cabo Verde, viveu também na Índia Portuguesa (Goa) e em Angola, tendo visitado outros países africanos. Manuel Ferreira viria a tomar-se um profundo estudioso da cultura de expressão portuguesa das antigas colónias e era considerado, nos mais diversos círculos internacionais, uma autoridade mundial nessa matéria. A obra ensaística e de ficção de Manuel Ferreira – na qual denunciava a repressão do colonialismo e do regime fascista – está profundamente marcada pelas experiências nas ex-colónias portuguesas onde o autor viveu.

Os seus ensaios de literatura africana de língua portuguesa, bem como as suas antologias de poesia africana, são consideradas imprescindíveis para o estudo dessas correntes de criação. Quer pelo ambiente da sua obra literária, quer pela divulgação que fez das literaturas africanas de língua portuguesa, Manuel Ferreira, português, pode ser considerado como um escritor africano de expressão portuguesa, que conferiu uma maior universalidade à língua de Camões.

Manuel Ferreira estreou-se em 1944 com o volume de contos Grei, publicando a seguir o romance A Casa dos Motas (1956), obras que se integraram na corrente neorrealista que constituiu o mais importante movimento da literatura portuguesa contemporânea. Também as suas obras de inspiração africana assumem idêntico perfil.

Além da sua obra romanesca e ensaística, parte da qual está traduzida em várias línguas, Manuel Ferreira é igualmente autor de livros para crianças. Como docente e estudioso da literatura africana, publicou numerosos estudos; fundou e dirigiu a revista “África – Literatura, Arte e Cultura” e as Edições ALAC (África, Literatura, Arte e Cultura). Depois da restauração da democracia em Portugal, criou, na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, a cadeira de Literatura Africana em Língua Portuguesa. Colaborou em numerosas publicações periódicas portuguesas e estrangeiras, como Vértice e Seara Nova; organizou, nomeadamente,. as antologias No Reino de Caliban (3 volumes., 1975, 1976, 1996) e 50 Poetas Africanos. Antologia Seletiva (1989).

Recebeu os prémios Fernão Mendes Pinto, em 1958, por Morabeza; Ricardo Malheiros, em 1962, por Hora di Bai, e o Prémio da Imprensa Cultural, por A Aventura Crioula, em 1967.

Em 1988, no interessante ensaio intitulado Que Futuro para a Língua Portuguesa em África?, o emérito africanista escrevia que “os Cinco” [países africanos] partiam “do princípio de que a língua é um facto cultural”, transformando o português “no plano da oralidade e no plano da escrita”. Para ele, o futuro seria assim: “A língua não é de nenhum para ser de todos. Não há por conseguinte um patrão. Todos são patrões. E se há uma língua, que é a língua portuguesa, há várias normas e logicamente umas tantas variantes: a variante da Guiné-Bissau, a variante de Cabo Verde, de São Tomé e Príncipe, a variante de Angola, Moçambique, do Brasil, da Galiza, de Timor-Leste, a variante de Portugal.”


LUCA ARGEL
Conferencia sobre Carlito Azevedo :: 14.05.14 | Atuação musical :: 4.06.14


Luca Argel (n. 1988) é um poeta do Rio de Janeiro. Graduou-se em música, e publicou seu último livro, esqueci de fixar o grafite (7 letras, 2012) logo antes de mudar-se para Portugal. Vive e trabalha no Porto.

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CARLITO AZEVEDO


Carlito Azevedo (Rio de Janeiro, 1961) é um editor, crítico e poeta brasileiro.

Carioca da Ilha do Governador, Azevedo cursou a faculdade de letras na UFRJ, voltando sua atenção para a poesia francesa, a qual vem traduzindo regularmente. Conhece José Lino Grünwald que o apoia em sua estreia com o livro Collapsus Linguae (1991), com o qual ganhou o prêmio Jabuti. Em 1992 Antonio Carlos Secchin já destacava o fato de a estreia de Azevedo fornecer “elementos interessantes para uma reflexão acerca da formação cultural de nossos poetas”, em especial pelo fato de o poeta ter consciência de não se confundir com suas fontes próximas, a Poesia Marginal, a Poesia Concreta e a de João Cabral de Melo Neto, ainda essas fontes sejam facilmente identificáveis.

Em seguida publicou As Banhistas (1993), que tem como centro uma série de poemas com o mesmo título, que pode ser vista como o modelo de sua poética; Sob a Noite Física (1996); e Versos de Circunstância (2001). Em 2001, reuniu seus poemas na antologia Sublunar (1991-2001). Monodrama (2009) é seu mais recente livro de poesia.

É editor desde 1997 da revista de poesia Inimigo Rumor (mesmo título do livro Enemigo Rumor, de Lezama Lima), primeiro em parceria com o poeta Júlio Castañon Guimarães e posteriormente ao oitavo número com o poeta Augusto Massi. É coordenador da coleção de poesia Ás de colete.

Foi contemplado com a Bolsa Vitae de literatura (1994/1995).